3 anos, este é o tempo que durou o projeto de uma embalagem para tênis que reforma completamente a cadeia de fornecimento da marca de calçados PUMA, poupando milhões em eletricidade, combustível e água.
Era difícil de imaginar algo simples como uma caixa de tênis sendo completamente reformulada e repensada. Mas a Puma e a Fuseproject, empresa de design liderada por Yves Behar, fizeram exatamente isso em um projeto que durou 3 anos. Este projeto é apenas o começo de uma reformulação da marca que será revelado em breve.
“Repensar uma caixa de tênis é um problema extremamente complexo, e os custo de impressão e de resíduos de impressão são imenos” diz Béhar.
Após passar 21 meses estudando a fabricação da caixa e o transporte, a Fuseproject percebeu que qualquer melhoria para o sistema, que já era enxuto, seria meramente incremental. Então, ao invés disso, a “pequena bolsa inteligente” combina os dois componentes de todas as vendas de calçados, a bolsa e a caixa, com a engenhosidade da alta tecnologia.
O saco envolve a caixa de papelão interior, dando-lhe forma e reduzindo o uso do papelão em 65%. Além disso, não há o uso da caixa exterior brilhante, não há o papelão laminado que interfere na reciclagem e não há o papel de seda dentro. E não necessita mais da sacola plástica descartável. A bolsa em si é feita de PET reciclado e sem tecidos. O uso de tecidos aumenta a densidade e o uso de materiais que aumentam a intensidade e gastos na produção.
A Puma estima que o impacto destas mudanças resulte no corte no consumo de água, energia e consumo de combustível em 60% em um ano, o que seria uma economia de 8.500 toneladas de papel, 20 milhões de mega joules de energia elétrica, 999.240 litros de combustível e 999 litros de água. A substituição dos sacos plásticos irá poupar 275 toneladas de plásticos e o peso leve da carga irá poupar outros 499.620 litros de combustível.
O modelo segue abaixo:
Fonte: Fastcompany
São Paulo – Viáveis e lucrativos, os chamados “prédios verdes” vão, aos poucos, ganhando espaço no país. Entre o título e a realidade, porém, é necessário cautela. Não basta ter um jardim bem cuidado ou meia dúzia de árvores para merecer o crédito. Uma boa maneira de checar a vocação ambiental do imóvel é saber se ele possui certificado.
Para isso, o empreendimento precisa ser erguido dentro de parâmetros ambientais em todas as fases – do planejamento à operação, passando pela construção. No Brasil, a busca por esse tipo de certificação cresceu 75% de 2009 pra cá.
Para isso, o empreendimento precisa ser erguido dentro de parâmetros ambientais em todas as fases – do planejamento à operação, passando pela construção. No Brasil, a busca por esse tipo de certificação cresceu 75% de 2009 pra cá.
Certificado Leed
Um dos selos disponíveis no mercado é o Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), fornecido pelo instituto americano Green Building Council Brasil, criado em 2004. O primeiro empreendimento brasileiro e da América Latina a conquistar a certificação ambiental, em 2007, foi uma agência do Banco Real, na Granja Viana, em Cotia, SP.
Para obter o Leed, o imóvel tem de atender, no mínimo, a 26 exigências, de uma lista com 69. São avaliados o consumo de energia, o reaproveitamento de água, o uso de materiais certificados ou reciclados na construção e no mobiliário, a localização do prédio e a baixa produção de resíduos, entre outros itens. Atualmente, 19 empreendimentos brasileiros já possuem o Leed, e outros 192 estão em processo de certificação – em maio do ano passado, eram apenas 119.
Certificado Aqua
Outro selo ambicionado é o Aqua (Alta Qualidade Ambiental), o primeiro referencial técnico brasileiro para construções sustentáveis. Desenvolvido em 2008 pela Fundação Vanzolini, o selo já conta com 25 processos iniciados e 13 empreendimentos certificados, entre os quais constam duas unidades da Leroy Merlin, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, e a Casa Natura, um misto de centro de convivência e loja da marca de cosméticos, em Santo André, SP.
O Aqua, que começou a ser emitido no ano passado, baseia-se em 14 critérios de sustentabilidade divididos em quatro fases (eco-construção, eco-gestão, conforto e saúde), que se aplicam para diversos empreendimentos – residenciais, comerciais, complexos esportivos e habitação popular.
Para o coordenador executivo do processo, Manuel Carlos Reis Martins, a busca crescente por esse tipo de empreendimento é inevitável. “Diante dos desafios ambientais que enfrentamos, a construção sustentável será o único caminho possível para o setor de edificação civil no futuro”, afirma.
Custo-benefício: bom para o meio ambiente e para o bolso
Seguir com rigor os padrões exigidos pelas certificações tem seu preço: a construção pode ficar de 5% a 10% mais cara, dependendo da sofisticação desejada. Em contrapartida, um empreendimento construído dentro desses padrões podem reduzir entre 30% e 40% o consumo de energia, 50% o consumo de água, 35% a emissão de CO2 e em até 90% o descarte de resíduos, além de garantir um ambiente interno mais saudável e produtivo.
“O investimento em projetos sustentáveis, além ter um impacto menor no meio ambiente, reflete-se em um custo operacional mais baixo”, afirma Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável. “Pode até custar mais caro no começo, mas depois reduz consideravelmente as faturas de água e luz”.
Seguir com rigor os padrões exigidos pelas certificações tem seu preço: a construção pode ficar de 5% a 10% mais cara, dependendo da sofisticação desejada. Em contrapartida, um empreendimento construído dentro desses padrões podem reduzir entre 30% e 40% o consumo de energia, 50% o consumo de água, 35% a emissão de CO2 e em até 90% o descarte de resíduos, além de garantir um ambiente interno mais saudável e produtivo.
“O investimento em projetos sustentáveis, além ter um impacto menor no meio ambiente, reflete-se em um custo operacional mais baixo”, afirma Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável. “Pode até custar mais caro no começo, mas depois reduz consideravelmente as faturas de água e luz”.
Do Portal Exame